Se o Catar vai sediar a Copa do Mundo de futebol, a FIFA deve lutar pela segurança de visitantes LGBT+ no país e pelas pessoas LGBT+ que continuarão lá quando os jogos terminarem.
Em alguns meses, grande parte da atenção do mundo se voltará para meu país natal, o Catar, que sedia o maior torneio de futebol do mundo – a Copa do Mundo de futebol. Para muitas pessoas, este será um momento de orgulho. Mas para mim, um homem gay do Catar que teve que fugir de casa, é um lembrete da perigosa e mortal LGBTfobia que existe no Catar.
Atualmente, a homossexualidade é ilegal no Catar sob o artigo 296 do código penal, tendo como punição prisão de 3 a 5 anos, ou até mesmo pena de MORTE! Por causa dessas leis LGBTfóbicas e dos obstáculos sociais e legais que existem diariamente na sociedade do Catar, não tive outra escolha a não ser fugir do meu país de origem e buscar asilo nos Estados Unidos para minha própria segurança.
Ao compartilhar minha história, pude falar dos perigos para pessoas LGBT+ no Catar. Mas agora, como dezenas de milhares de amantes do futebol em breve irão para o Catar, estou com medo do que acontecerá quando os holofotes desaparecerem.
Visitantes LGBT+ recebem orientação do governo do Catar para evitar demonstrações públicas de afeto e até mesmo para se abster de sua autenticidade. O principal organizador do evento, Hassan Al Thawadi, sugeriu que visitantes LGBT+ devem respeitar a cultura LGBTfóbica do Catar e simplesmente "dar um tempo” de ser LGBT+.
A FIFA prejudica sua reputação como uma organização justa ao selecionar uma nação LGBTfóbica para sediar a Copa do Mundo de futebol. Com os olhares de todo o mundo sob o Catar, temos a oportunidade de pressionar a FIFA e o governo do Catar para garantir que os direitos LGBT+ sejam protegidos tanto durante a Copa do Mundo quanto após o desligamento de câmeras e o retorno de fãs do futebol para suas casas.
Essa é a chance de erguer a sua voz! Nossas ações hoje têm o potencial de moldar o movimento global pelos direitos LGBT+. Devemos aumentar a pressão e exigir que a FIFA e o Catar parem de discriminar as pessoas LGBT+. Quero uma Copa do Mundo e um Catar onde todas as pessoas – incluindo LGBT+ – sejam respeitadas, bem-vindas e protegidas. Vamos comemorar o mês do orgulho apoiando pessoas LGBT+ do Catar como eu?