A Agência Brasil e a jornalista Ana Graziela Aguiar estão sendo alvo de críticas e ataques LGBTfóbicos por terem usado a linguagem neutra em uma reportagem. Assine o abaixo-assinado para apoiá-las!
No dia 20 de janeiro de 2023 foi realizado o 1º Encontro de LGBT+ Eleites, realizado pela organização VoteLGBT, em Brasília/DF. O evento, que teve a participação de 14 das 18 parlamentares LGBT+ vencedoras nas últimas eleições, contou com a cobertura da imprensa, entre elas a Agência Brasil, vinculada à EBC (Empresa Brasil de Comunicação).
Ao concederem entrevistas à jornalista Ana Graziela Aguiar, as entrevistadas pediram que fosse utilizado na reportagem o pronome neutro, o que foi prontamente atendido pela profissional. O título da matéria então ficou: “Parlamentares eleites reúnem-se pela primeira vez em Brasília”.
Na reportagem em vídeo, a jornalista também teve o cuidado de manter a linguagem neutra, deixando claro que isso era um pedido feito pelas entrevistadas.
Imediatamente, o uso da linguagem neutra pela Agência se tornou notícia em toda a imprensa, por se tratar de uma clara mudança editorial com a chegada do novo governo. É importante lembrar que, embora seja uma agência pública de notícias, a EBC passou por um forte processo de desmonte, para que atuasse como uma agência governamental de notícias nos últimos anos.
A extrema-direita se uniu e, através das redes sociais e do canal de Ouvidoria da EBC, deu início a uma avalanche de críticas, com argumentos LGBTfóbicos destinados à Agência Brasil, à jornalista e a toda comunidade LGBT+.
Alguns parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro também utilizaram suas redes sociais para destilar preconceito sobre o uso do pronome neutro, que vem sendo adotado em diversos países do mundo.
Antes de criticar o uso deste tipo de linguagem, precisamos entender a sua necessidade.
Este debate começou há mais de 10 anos entre o movimento de pessoas LGBT+. A linguagem neutra é empregada com a intenção de incluir pessoas não-binárias, de gênero fluido ou transgêneras, que não se enquadram no padrão socialmente estabelecido de gênero. Na linguagem neutra, o masculino como genérico para o plural é evitado, utilizando o "e" como substituto.
A palavra "todos", por exemplo, é grafada como "todes". No caso da reportagem, "eleitos" foi substituído por "eleites".
A nossa língua passou por diversas modificações ao longo de sua história, sempre se adaptando ao novo. A ideia de uma linguagem neutra não é mudar o passado, e sim construir um novo futuro.
Que possamos contar com o jornalismo e o Estado para, juntes, construirmos um país que inclua a todes, sem distinção de gênero, raça, sexualidade, território e classe social.
Assine o abaixo-assinado pra enviar seu amor e solidariedade à Agência Brasil e à jornalista Ana Graziela Aguiar.
E se você quiser ajudar ainda mais, envie uma mensagem elogiando a matéria pra ouvidoria da EBC em [email protected]