Ser LGBTI+ no Brasil sempre foi muito perigoso, desde quando havia o crime de sodomia com pena de morte na fogueira, punição com açoite e exílio pessoas que usavam roupas vistas como do gênero oposto, até os dias atuais.

O preconceito da sociedade foi reforçado por muito tempo na grande mídia nacional e internacional, onde pessoas LGBTI+ foram retratadas de maneira caricata, com estereótipos perigosos que ajudaram a perpetuar as mazelas sofridas pela comunidade.

Nos últimos anos, os movimentos sociais se organizaram, a imagem que se passa de pessoas LGBTI+ na mídia não é mais sempre caricata, o tema tem sido retratado de maneira sensível e respeitosa, como em A Dona do Pedaço, Órfãos da Terra, A força do Querer, etc.

Entretanto, nas últimas semanas assistimos um participante do programa de entretenimento Big Brother Brasil sofrer a segregação, ofensas e outros tipos de tortura psicológica que resultaram no triste episódio do a madrugada do dia 07/02/2021.

Mesmo após ser hostilizado por dias, Lucas teve coragem, em um dos programas de maior audiência nacional, de revelar sua orientação sexual com um beijo.

O que deveria gerar acolhimento tornou-se um momento de dor, acusações, discriminação, que, sem dúvidas, os reacionários brasileiros se sentiram representados, o que tornou a estadia do Lucas dentro da casa impossível, forçando-o a sair.

Quantas pessoas passam por isso longe de um ambiente público? Onde não podem simplesmente desistir do programa e desistem da vida. Os altos índices de suicídio dentro da população LGBTI+ não mentem.

O preconceito não deve ser tolerado ou fomentado, ainda mais em um local de tanta visibilidade. Lembramos que o STF criminalizou a LGBTIfobia, e mesmo que isolados, ainda que estejam participando de um programa, pessoas são responsáveis por seus atos e podem responder por eles.

Neste ano um participante da versão portuguesa do reality foi eliminado por fazer um gesto nazista, a organização do programa mandou uma mensagem clara.